Em homenagem a José Saramago e para que uma grande parte dos alunos ficasse a conhecer a obra "Memorial do Convento" a professora bibliotecária Anabela Quelhas redigiu uma adaptação com apoio da equipa BE, para os alunos mais novos. O texto foi transformado em power point e vídeo pela professora Carolina Augusto que desenvolveu a sua apresentação em várias turmas - 5º A, B, C, D, E, F, G e 6º E - cerca de 200 alunos, como consta nesta grelha.
“Memorial do Convento – adaptado”
Era uma vez um rei chamado João. Vivia preocupado por não ter
filhos a quem deixar o seu reino que se chamava Portugal.
Um dia, aconselhado por um frade, prometeu a Deus mandar construir
um grande convento em Mafra, caso o sonho de ter um filho se tornasse realidade.
Passado um ano nasceu Maria Bárbara.
Diz a História que o rei era poderoso e rico, mas os pobres
estavam cada vez mais pobres e os homens tornavam-se intolerantes para quem
pensava de maneira diferente, castigando-os de uma forma violenta.
Um belo dia, no local onde habitualmente castigavam as pessoas,
Baltasar e Blimunda conheceram-se e apaixonaram-se.
Blimunda Sete-Luas era uma jovem bonita, mas invulgar, quando
estava em jejum via o interior das pessoas. Baltasar era maneta devido a um
acidente de guerra e tinha um gancho e um espigão que substituam a mão
esquerda.
Formavam um casal apaixonado, mas estranho para a época em que viviam, há mais
de 300 anos.
Nesta época em que não havia automóveis, nem comboios, nem aviões,
o rei João V decidiu cumprir a sua promessa, construindo o convento e,
esvaziando os cofres reais.
Ao longo de 13 anos, as pessoas mais pobres, entre elas 20.000
camponeses e operários, construíram este gigante de pedras. Estas arrastadas
com o suor, sacrifício, com muita fome e sede. Alguns entregaram até a sua
própria vida!
Construíram um convento grandioso, com 1 200 divisões, mais de 4
700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios, feito de pedras arrastadas
pelos homens, num país empobrecido e miserável.
Todos podemos conhecer o convento, mas nunca nos disseram nada
sobre quem sofreu para o construir. Cristóvão, Daniel, Paulo, Geraldo, Isildo,
Luís, Egas, Firmino, Manuel, António, Jacinto, Francisco, José, Joaquim, todos
os nomes que possam imaginar pertencem aos homens que construíram este
convento.
Os acidentes foram muitos e hoje nem sabemos quem morreu, quem sobreviveu e
quem ficou aleijado. Sabemos que foram muitos e também sabemos que Baltasar
também lá trabalhou.
No dia da inauguração do convento, Baltasar dirigiu-se para longe
do mesmo para tentar reparar uma máquina voadora inventada pelo seu amigo Padre
Bartolomeu Gusmão - um segredo bem guardado entre Baltasar, Blimunda e
Bartolomeu, do sonho secreto e comum de poder inventar uma máquina que voasse.
- Quem não gostaria de voar?
Até nós sonhamos com isso! Verdade?
É a vontade e o sonho dos homens que segura as estrelas e nos faz voar.
Ao tentar consertar essa máquina que
parecia um pássaro, o gancho que lhe servia de mão, soltou uma corda e, de
repente, a máquina subiu com Baltasar dentro desafiando pássaros e anjos.
Assim andou nove anos a cruzar os céus e a segurar as estrelas.
Certamente lá do alto, junto aos pássaros, olhava para baixo e via tudo mais
pequenino: as pessoas, as casas
e os animais. Era tudo mais bonito!
Blimunda andou o mesmo tempo à sua
procura até que o encontrou onde o conheceu: no terreiro de Lisboa, o
terreiro da intolerância dos homens, só que desta vez era Baltasar o castigado.
Vindo do céu, voando numa máquina estranha, a que chamaram passarola, assustou
as pessoas cá em baixo. Por ignorância e temendo o desconhecido, pensaram que
seria o diabo. Afinal era só Baltasar, homem inofensivo, seduzido pelo seu
sonho de voar, apaixonado por Blimunda e trabalhador de pedras do convento.
Nunca sejas intolerante porque podes estar a eliminar o sonho de
alguém!
.....
Segue-se o registo fotográfico de vários momentos
Sem comentários:
Enviar um comentário